A Anistia Internacional voltou a expor, nesta semana, a grave situação de perseguição religiosa vivida por cristãos na Líbia. Segundo a organização, onze pessoas – dez líbios e um paquistanês – foram presas em 2023 sob a acusação de promover o cristianismo no país. Além de julgados de forma ilegal, sem acesso a advogados, os detidos relataram casos de tortura e confissões forçadas.
Julgamentos fora dos padrões internacionais
De acordo com a denúncia, o processo judicial ocorreu sem transparência e fora dos padrões do direito internacional. Testemunhas não foram ouvidas, e nenhuma prova concreta foi apresentada contra os acusados. A Agência de Segurança Interna (ISA), órgão responsável pelas investigações, foi a única fonte usada pela promotoria para fundamentar as acusações.
Prisão e tortura
Os cristãos foram detidos em março de 2023 e submetidos a longos interrogatórios sem a presença de advogados. A Anistia Internacional afirma que os réus foram torturados física e psicologicamente, além de obrigados a confessar crimes que não cometeram. Vídeos com confissões forçadas foram divulgados pela ISA em canais oficiais, em clara violação ao direito de presunção de inocência.
Famílias sem contato e sofrimento prolongado
Além das condições degradantes da prisão, os detidos ficaram meses sem qualquer contato com seus familiares. Esposas e filhos viveram em angústia, sem notícias sobre o paradeiro e as condições dos presos. O testemunho de uma das esposas revela que sua filha, que tinha apenas um ano quando o pai foi preso, hoje com quatro anos, ora todos os dias pela libertação dele.
Apelo internacional por liberdade
A Anistia Internacional exige que o Ministério Público da Líbia revise imediatamente os processos criminais, anule as condenações e liberte os 11 cristãos detidos por exercerem pacificamente sua fé. A organização também solicitou investigações independentes sobre denúncias de tortura, desaparecimento forçado e detenções arbitrárias. A Líbia figura em 4° lugar na Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas, que aponta os países onde é mais difícil ser cristão.
Conclusão
O caso reforça a crescente preocupação internacional com a situação dos direitos humanos na Líbia, especialmente no que diz respeito à liberdade religiosa. Organizações globais, líderes religiosos e defensores dos direitos humanos seguem pressionando as autoridades líbias pela libertação imediata dos cristãos e pelo fim das perseguições no país.
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