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Carla Zambelli é detida na Itália e defesa alega perseguição e pedido de asilo político

Deputada federal Carla Zambelli é detida em Roma após mandado de prisão expedido no Brasil. Defesa afirma que ela se entregou voluntariamente e pede asilo político alegando perseguição.

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Carla Zambelli é detida na Itália e defesa alega perseguição e pedido de asilo político

Deputada federal está sob custódia da polícia italiana após mandado de prisão expedido pelo STF. Defesa nega fuga e afirma que ela busca justiça imparcial fora do Brasil.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi detida em Roma, na Itália, na última terça-feira (29), após a constatação de um mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil. A medida partiu do ministro Alexandre de Moraes e incluiu o nome da parlamentar na lista vermelha da Interpol, usada para capturar indivíduos procurados internacionalmente.

Segundo informações confirmadas por autoridades brasileiras e italianas, Zambelli está atualmente sob custódia do Setor de Cooperação Internacional da Polícia Italiana, vinculado ao Ministério do Interior da Itália e à Interpol. Apesar disso, a defesa da deputada sustenta uma versão diferente: segundo os advogados, Zambelli se apresentou de forma voluntária às autoridades italianas, com a intenção de formalizar um pedido de asilo político e de demonstrar que não pretende fugir da Justiça.

A prisão gerou um novo episódio de tensão nas relações entre os Poderes no Brasil e provocou forte repercussão tanto em veículos nacionais quanto na mídia europeia. Enquanto a imprensa brasileira destaca o cumprimento do mandado de prisão, jornais italianos enfatizam o argumento de perseguição política utilizado pela parlamentar para solicitar proteção no exterior.

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Os motivos da ordem de prisão

Carla Zambelli foi incluída na lista de procurados da Interpol após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, por seu suposto envolvimento com a invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). As investigações apontam que ela teria colaborado com uma rede de invasores digitais com o objetivo de acessar e manipular dados sensíveis do Judiciário brasileiro.

O inquérito resultou em uma condenação de 10 anos de prisão, além da perda automática do mandato parlamentar. Segundo o STF, Zambelli teria articulado e dado suporte a atos ilícitos com motivações políticas, comprometendo a integridade institucional do sistema judicial do país.

Entrega voluntária ou prisão internacional?

Apesar de o STF confirmar que a prisão foi executada com base no mandado vigente, a defesa da deputada contesta a narrativa de fuga. O advogado Fábio Pagnozzi declarou que Zambelli viajou à Itália com a intenção de se apresentar espontaneamente às autoridades locais e de formalizar um pedido de asilo político. A alegação central do pedido é de que a deputada sofre uma “perseguição política sem precedentes no Brasil” e que não confia na imparcialidade do sistema judicial brasileiro.

O mesmo discurso foi reforçado por Sóstenes Cavalcante, deputado federal e líder do PL na Câmara. Segundo ele, Zambelli não pretende se esconder ou burlar a lei, mas sim exercer o direito internacional de buscar proteção em outro país diante do que considera um “cenário de repressão política”.

A versão da defesa, no entanto, não encontra consenso entre as autoridades brasileiras, que sustentam que a detenção se deu como cumprimento do mandado judicial e com cooperação das autoridades italianas.

Itália analisa extradição e pode negar pedido de asilo

Zambelli está detida na Divisão de Capturas do Setor de Cooperação Internacional da Polícia Italiana, aguardando uma decisão da Justiça italiana sobre os próximos passos. Segundo a legislação do país, o prazo para uma definição inicial é de 48 horas, e a Justiça poderá optar por prisão em regime fechado, domiciliar ou liberdade com medidas restritivas, enquanto analisa o pedido de extradição formal feito pelo Brasil.

Caso a extradição seja autorizada, Zambelli deverá retornar ao Brasil para cumprir a pena de 10 anos de prisão. No entanto, o pedido de asilo político feito por sua defesa pode alterar esse cenário. Caso o governo italiano aceite o argumento de perseguição política, a extradição poderá ser negada, transformando a parlamentar em uma refugiada sob proteção do Estado italiano.

Ainda que o Judiciário italiano aprove a extradição, a decisão final caberá ao governo da Itália, que poderá interferir com base em interesses diplomáticos, humanitários ou políticos.

Cidadania italiana pode influenciar processo

Outro fator que pode impactar diretamente o desfecho do caso é o fato de que Carla Zambelli possui cidadania italiana. A dupla cidadania pode permitir que ela recorra a tratados internacionais ou até mesmo peça proteção como cidadã europeia, o que colocaria o governo italiano em uma posição mais cautelosa ao decidir pela extradição.

Veículos italianos como La Repubblica e Corriere della Sera destacaram esse ponto, além de apontar que a parlamentar se apresenta como “perseguida pelo governo Lula e pelo Judiciário brasileiro”. A imprensa italiana ainda ressalta a ligação de Zambelli ao bolsonarismo e ao grupo político que contesta as decisões do STF desde os episódios de 8 de janeiro de 2023, quando houve tentativa de invasão às sedes dos Três Poderes em Brasília.

Perda de mandato e repercussões no Congresso Nacional

Com a condenação ratificada pelo STF, Zambelli teve seu mandato cassado automaticamente. A Câmara dos Deputados informou que não poderá interferir na prisão ou na decisão do Supremo, mas que irá analisar formalmente apenas o processo de perda do mandato, como exige o regimento interno.

Nos bastidores da Câmara, a detenção da parlamentar provocou divisão de opiniões. Enquanto aliados do bolsonarismo falam em censura, abuso de autoridade e perseguição, parlamentares da base governista e do centro defendem o cumprimento da ordem judicial e o respeito às instituições.

Reações públicas e polarização nas redes

O caso Zambelli ganhou ampla repercussão nas redes sociais, com milhares de postagens favoráveis e contrárias à deputada. A polarização é evidente: perfis ligados à direita política falam em ditadura do Judiciário, enquanto grupos progressistas celebram a prisão como um marco de responsabilização legal por crimes digitais e ataques às instituições democráticas.

O episódio reacende o debate sobre os limites da liberdade de expressão, a independência dos poderes e os mecanismos de controle judicial sobre membros do Legislativo. O pedido de asilo também traz à tona questões sobre soberania nacional e ingerência de tribunais internacionais em decisões do Estado brasileiro.

Especialistas analisam: há base para o asilo político?

Especialistas em Direito Internacional divergem sobre a possibilidade de concessão de asilo político à deputada. Para o professor Luiz Marra, da Universidade de Bolonha, “é raro que países europeus concedam asilo a cidadãos de nações democráticas e com pleno funcionamento das instituições”.

Por outro lado, o jurista italiano Giovanni Mazetti, da Universidade de Roma, afirma que a exposição pública de Zambelli, sua atuação política polêmica e o ambiente polarizado do Brasil podem influenciar a decisão italiana, especialmente se houver pressão midiática e manifestações públicas.

Conclusão: episódio acirra crise institucional entre Judiciário e bolsonarismo

A detenção de Carla Zambelli na Itália representa mais do que uma operação judicial: ela simboliza o ponto crítico das tensões entre o STF e setores da extrema direita no Brasil. A alegação de perseguição política, combinada com o pedido de asilo internacional, internacionaliza uma crise institucional que já dura anos.

Nos próximos dias, todas as atenções estarão voltadas para o desfecho da Justiça italiana e para a reação do governo de Roma diante da solicitação brasileira de extradição. O resultado desse impasse terá impacto direto no cenário político brasileiro e nas relações diplomáticas entre os dois países.

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