A cidade de Minneapolis, no estado de Minnesota (EUA), foi palco de uma tragédia devastadora na última semana. Um ataque armado dentro da igreja da Anunciação, localizada na região sul da cidade, interrompeu uma missa em que estudantes de uma escola católica participavam. O resultado foi a morte de duas crianças, além de 17 pessoas feridas.
O episódio, que ocorreu justamente na primeira semana de volta às aulas após as férias de verão, expôs novamente a fragilidade da segurança em espaços religiosos e educacionais nos Estados Unidos.
Entre os testemunhos mais emocionantes está o de Clarissa Garcia, aluna da quinta série, que relatou à imprensa local os momentos de terror vividos dentro da igreja. 'Fiquei com muito medo e rezando', disse a menina à rede KTSP, descrevendo como se escondeu com colegas e sua professora no andar inferior do templo.
Relato de uma sobrevivente
O depoimento de Clarissa revelou a dimensão do desespero vivido pelas crianças durante o ataque. Segundo ela, o barulho inicial foi confundido com fogos de artifício, mas rapidamente percebeu-se que se tratava de disparos de armas de fogo.
“Eu estava na igreja e ouvi algo muito alto. Achei que fossem fogos de artifício, e então vi os tiros e pensei: ‘Meu Deus, estou com tanto medo’. Então uma professora me levou para o andar de baixo, para uma sala de aula da pré-escola”, contou Clarissa.
A estudante relatou que, junto a uma amiga, passou o tempo todo rezando e aguardando por segurança. Depois, foram levadas para fora do local e acolhidas em uma casa próxima. O reencontro com a mãe foi descrito como um momento de alívio e emoção.
A mãe, que chegou desesperada ao local, contou que correu em meio às crianças evacuadas, gritando pelo nome da filha até finalmente reencontrá-la. “Parecia um desfilezinho de crianças saindo. Quando a vi, foi como receber a vida de volta”, declarou à imprensa local.
Dinâmica do ataque
De acordo com informações da polícia e de testemunhas, o atirador se aproximou da igreja armado com um rifle, uma escopeta e uma pistola. Ele teria disparado pelas janelas contra os fiéis, em sua maioria crianças e professores da escola católica vizinha.
Moradores afirmaram ter ouvido entre 30 e 50 tiros. A violência repentina mergulhou o bairro em pânico, enquanto equipes policiais e de emergência chegavam rapidamente ao local.
Quando as autoridades entraram na igreja, encontraram diversas vítimas e iniciaram os primeiros-socorros. Crianças escondidas em diferentes partes do templo foram resgatadas pelos policiais.
A prefeitura confirmou que o atirador foi contido, e segundo a emissora CBS, o suspeito foi morto. Até o fechamento da reportagem, sua identidade e possíveis motivações não haviam sido divulgadas oficialmente.
Reações das autoridades
O prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, fez um pronunciamento emocionado, destacando a gravidade da tragédia.
“Não há palavras que consigam descrever o horror e o mal deste ato desprezível. Há crianças mortas. Há famílias que perderam seus filhos. É impossível colocar em palavras a dor desta situação”, afirmou, visivelmente abalado.
O governador de Minnesota, Tim Walz, também se manifestou, pedindo orações e solidariedade para as vítimas. Ele destacou o choque de ver estudantes voltando às aulas terem suas vidas interrompidas por um ato tão brutal.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que havia sido informado do ataque e determinou que o FBI fosse enviado a Minneapolis para 'agir rapidamente'.
O impacto na comunidade
O ataque abalou profundamente a comunidade católica local e levantou discussões sobre a vulnerabilidade de igrejas e escolas diante da violência armada recorrente nos Estados Unidos.
Pais e responsáveis que aguardavam notícias de seus filhos vivenciaram momentos de desespero. Para muitos, o trauma não se limita às vítimas diretas, mas se estende às famílias e colegas de classe que presenciaram o episódio.
O governador Walz resumiu o sentimento coletivo: 'Estou rezando por nossas crianças e professores, cuja primeira semana de aula foi marcada por este horrível ato de violência.'
A epidemia da violência armada
Embora este ataque em Minneapolis tenha chocado pela violência contra crianças em um espaço religioso, não é um caso isolado. Os Estados Unidos têm registrado aumento de tiroteios em massa em escolas, igrejas e outros locais públicos, acendendo novamente o debate sobre controle de armas.
Especialistas apontam que a combinação entre fácil acesso a armamentos pesados e questões sociais complexas, como saúde mental e radicalização, agravam o problema.
Conclusão
A tragédia na igreja da Anunciação, em Minneapolis, deixou um rastro de dor, medo e indignação. O relato da pequena Clarissa simboliza a luta pela sobrevivência e a fé diante do terror, mas também evidencia a urgência de respostas mais eficazes contra a violência armada nos Estados Unidos.
Enquanto famílias choram suas perdas e comunidades tentam se reerguer, o país novamente se vê diante de uma pergunta dolorosa: até quando inocentes pagarão o preço da falta de controle sobre a violência armada?
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