O modelo de ensino cívico-militar tem ganhado força e visibilidade em diversas regiões do Brasil, e em Santa Catarina não é diferente. O estado se prepara para dar um passo significativo na expansão desse formato educacional, com a previsão de ter 17 escolas operando sob este programa até o final de 2025. A iniciativa, que foi formalizada em dezembro de 2023, busca integrar a disciplina e os valores militares ao ambiente escolar, com o objetivo de combater o abandono e a violência e, ao mesmo tempo, reforçar o civismo e a cooperação entre os estudantes. A decisão de adesão, no entanto, é tomada de forma participativa, envolvendo a comunidade escolar. Com a inclusão de novas unidades neste ano, a Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina solidifica sua aposta nesse modelo como uma alternativa para melhorar o ambiente e o desempenho escolar.
O modelo cívico-militar em SC: detalhes e adesão
O programa catarinense de escolas cívico-militares se baseia em uma parceria entre a Secretaria de Educação e as Forças Militares do estado. O objetivo é claro: trazer a experiência e a estrutura militar para o ambiente escolar, sem, contudo, interferir na parte pedagógica. A presença de militares, que atuam como oficial e monitores, foca em ações de prevenção. Eles se dedicam a projetos para combater a violência e o abandono escolar, promovendo valores como disciplina, respeito e cooperação.
A adesão ao programa não é imposta. É um processo democrático, onde a iniciativa parte da própria comunidade escolar. O gestor da escola, o presidente da Associação de Pais e Professores (APP) e o Conselho Deliberativo devem manifestar o interesse em participar. Em seguida, uma consulta é realizada com toda a comunidade para garantir que a maioria dos envolvidos concorde com a mudança. Se a adesão for aprovada e a região contar com militares disponíveis e aptos, a escola recebe os profissionais. O número de militares designados varia de acordo com a quantidade de alunos matriculados, assegurando um suporte adequado e proporcional às necessidades de cada instituição.
A Secretaria de Educação garante que a integração do programa militar não afeta a gestão escolar ou o processo de ensino e aprendizagem. As aulas e o currículo continuam sob a responsabilidade dos professores e da equipe pedagógica, enquanto os militares atuam em áreas específicas de disciplina e comportamento, criando um ambiente mais seguro e focado.
Novas escolas e a lista completa do programa
Duas novas escolas devem aderir ao programa estadual ainda neste semestre, consolidando o crescimento do projeto em Santa Catarina. A EEF Hugo Roepke, em Timbó, no Médio Vale do Itajaí, e a EEB Inspetor Eurico Rauen, em Videira, no Meio-Oeste, se juntarão às outras 15 unidades que já fazem parte da iniciativa.
Com as novas adições, o estado terá uma rede de 17 escolas cívico-militares distribuídas por diversas regiões, de Araranguá a São Miguel do Oeste, passando por grandes cidades como Florianópolis e Criciúma.
Confira a lista completa das escolas cívico-militares de Santa Catarina:
Implementadas em 2025:
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EEB Prof. Neusa Ostetto Cardoso, em Araranguá.
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EEB Sólon Rosa, em Curitibanos.
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EEB Walmor Ribeiro, em Ibirama.
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EEF Francisco de Paula Seara, em Itajaí.
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EEB Prof. Maria Paula Feres, em Mafra.
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EEF Hugo Roepke, em Timbó.
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EEB Inspetor Eurico Rauen, em Videira.
Integrantes desde 2024:
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EEB Cel Pedro Christiano Feddersen, em Blumenau.
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EEB Prof. Irene Stonoga, em Chapecó.
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EEB Joaquim Ramos, em Criciúma.
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EEB Prof. Emerita Duarte de Souza, em Biguaçu.
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EEB Ildefonso Linhares, em Florianópolis.
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EEB Professor Ângelo Cascaes Tancredo, em Palhoça.
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EEB São José, em Herval D’oeste.
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EEB Cora Batalha da Silveira, em Lages.
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EEB Prof. Jaldyr Bhering F. Da Silva, em São Miguel do Oeste.
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EEB Henrique Fontes, em Tubarão.
Um futuro disciplinado para a educação catarinense?
A expansão do programa de escolas cívico-militares em Santa Catarina reflete uma tendência nacional e, mais especificamente, uma escolha estratégica do governo estadual para lidar com desafios persistentes na educação. Ao focar em valores como disciplina e respeito, a iniciativa busca criar um ambiente escolar mais seguro e propício ao aprendizado. No entanto, o debate sobre a eficácia e a viabilidade do modelo continua. Enquanto defensores apontam para melhorias no desempenho e na conduta dos alunos, críticos levantam questões sobre a militarização do ambiente educacional e o seu impacto na autonomia pedagógica. Independentemente da perspectiva, uma coisa é certa: a educação catarinense está em um momento de transformação, e o modelo cívico-militar é uma das peças-chave nessa nova configuração.
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