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RS reforça barreiras para conter avanço do greening e proteger citricultura local

Com risco crescente da praga greening, o Rio Grande do Sul intensifica fiscalização e monitoramento para proteger sua citricultura e manter o status de área livre da doença.

RS reforça barreiras para conter avanço do greening e proteger citricultura local
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O greening, também conhecido como huanglongbing (HLB), é hoje a mais devastadora doença da citricultura mundial. No Brasil, sua presença já causa perdas bilionárias, especialmente em estados como São Paulo e Minas Gerais. Com o avanço da praga para regiões próximas, como o Oeste de Santa Catarina, o Rio Grande do Sul (RS) redobrou os esforços para manter-se como área livre do greening, implementando medidas rigorosas de controle, monitoramento e fiscalização. Neste artigo, você entenderá o que está sendo feito pelas autoridades gaúchas, os impactos potenciais da praga na economia local e como os produtores podem colaborar para manter os pomares saudáveis e produtivos.

O que é o greening e por que ele é tão perigoso?

O greening é uma doença bacteriana causada por bactérias do gênero Candidatus Liberibacter, transmitidas principalmente pelo psilídeo asiático dos citros (Diaphorina citri). Ela afeta laranjas, limões, tangerinas e outras frutas cítricas, deformando frutos, causando queda precoce e, eventualmente, levando à morte das plantas.

Não existe cura para o greening. O controle depende da erradicação de plantas infectadas e do combate ao inseto vetor. Isso exige um alto investimento dos produtores e políticas públicas eficazes de defesa sanitária.

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Alerta com origem em Santa Catarina

O sinal de alerta soou forte no Rio Grande do Sul após a confirmação de um novo foco de greening em Santa Catarina, no início de 2025. O surto ocorreu em pomares no município de Xanxerê, uma região próxima à divisa com o território gaúcho. Diante disso, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do RS reforçou o Plano de Contingência criado em 2022, com ações ampliadas de fiscalização nas divisas e um sistema robusto de vigilância fitossanitária.

“Estamos em estado de atenção contínua, com medidas preventivas em vigor desde o primeiro foco em SC. Agora, redobramos os cuidados para preservar a sanidade da nossa citricultura”, afirmou a engenheira agrônoma Maria Luíza Conti, chefe substituta da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapi.

Medidas de prevenção em curso no RS

1. Barreiras fitossanitárias estratégicas

O estado estabeleceu pontos de fiscalização rigorosa em municípios que fazem divisa com Santa Catarina e Paraná, como:

  • Torres

  • Vacaria

  • Barracão

  • Marcelino Ramos

Nesses locais, veículos que transportam mudas, frutas e materiais vegetais são inspecionados. Cargas suspeitas são retidas e analisadas antes de receberem autorização para circular no território gaúcho.

2. Monitoramento do inseto vetor

A principal estratégia de detecção precoce do greening está no monitoramento do psilídeo. Entre setembro de 2024 e março de 2025, foram instaladas 384 armadilhas em 77 municípios gaúchos. As coletas são realizadas quinzenalmente, com análises técnicas minuciosas.

“Até agora, todos os testes foram negativos para a presença da doença. Esse resultado é uma grande vitória para nossa citricultura”, destacou Conti.

A expectativa é ampliar essa rede de monitoramento nas próximas safras, com mais armadilhas e municípios envolvidos.

Nova regulamentação para entrada de mudas

Com o risco crescente, o RS atualizou a legislação para o ingresso de mudas e materiais propagativos dos gêneros Citrus, Fortunella e Poncirus. A Instrução Normativa nº 14/2024 determina que:

  • A entrada só será permitida mediante Autorização Prévia do Departamento de Defesa Vegetal;

  • É obrigatória a apresentação de:

    • Nota Fiscal

    • Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV) ou Certificado Fitossanitário (CF)

    • Termo de Conformidade (TC)

A intenção é impedir que materiais contaminados entrem clandestinamente ou sem verificação adequada. A medida visa tanto o controle de fronteira quanto a rastreabilidade do material vegetal em circulação.

Impactos do greening na economia

O greening pode devastar plantações inteiras em poucos anos. No estado de São Paulo, estima-se que a doença já comprometeu cerca de 20% da produção de citros, com milhões de árvores erradicadas desde sua chegada, em 2004. As consequências econômicas incluem:

  • Perda direta de produtividade;

  • Aumento nos custos de produção (controle do vetor, substituição de plantas);

  • Redução na exportação de sucos e frutas frescas;

  • Demissões em massa no campo e em agroindústrias.

No RS, a cadeia da citricultura tem relevância econômica especialmente nas regiões de clima temperado, com destaque para a produção de laranja, tangerina e limão, além de atividades ligadas à agroindústria e ao turismo rural.

O papel dos produtores na prevenção

A eficácia das medidas do governo depende da colaboração ativa dos produtores rurais. Algumas práticas fundamentais incluem:

  • Adquirir mudas certificadas;

  • Monitorar frequentemente os pomares;

  • Reportar sinais suspeitos à inspetoria vegetal;

  • Realizar podas sanitárias;

  • Evitar o uso de mudas de origem desconhecida.

Além disso, treinamentos e capacitações devem ser incentivados para manter o setor agrícola atualizado sobre técnicas de manejo e prevenção.

Um compromisso coletivo com a sanidade vegetal

A luta contra o greening no Rio Grande do Sul é um exemplo de como a integração entre políticas públicas, vigilância científica e a responsabilidade dos produtores pode proteger um setor vital da economia. Com medidas firmes e continuadas, o estado mostra que é possível enfrentar pragas com inteligência, técnica e união.

A intensificação das barreiras sanitárias e do monitoramento contra o greening revela a seriedade com que o Rio Grande do Sul trata a defesa agropecuária. O sucesso dessa empreitada depende de vigilância contínua, legislação firme e colaboração dos produtores. O greening é uma ameaça real, mas pode ser contido se todos os elos da cadeia produtiva agirem de forma coordenada. Mais do que preservar frutas, trata-se de proteger empregos, renda e a saúde dos nossos campos.

Créditos (Imagem de capa): Jaelson Lucas/AEN

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