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Na madrugada de terça-feira, 22 de abril, a tranquilidade de Maravilha, no oeste catarinense, foi rompida por uma operação que resultou na prisão de um homem de 43 anos. O caso, que inicialmente parecia mais uma ocorrência isolada de porte ilegal de arma, evoluiu rapidamente para a descoberta de um esquema de tráfico de drogas. A ação da Polícia Militar (PM) aconteceu nos bairros Kasper e Bela Vista, e expôs uma rede que operava com diversos tipos de entorpecentes, além de instrumentos usados na comercialização dos produtos ilícitos.

A operação mostra como o trabalho ostensivo da PM pode revelar camadas mais profundas da criminalidade local, conectando a presença de armas ilegais à venda de drogas. O caso também evidencia a importância da vigilância ativa em comunidades de pequeno e médio porte, onde a criminalidade organizada busca se camuflar sob fachadas comuns, como pequenos comércios de bairro.

Abordagem durante patrulhamento noturno

O ponto de partida da ocorrência foi uma abordagem de rotina realizada por volta da 1h40, no bairro Kasper. Os policiais militares notaram um veículo VW/Gol em atitude suspeita e decidiram pela abordagem. O condutor do veículo, um homem já conhecido no meio policial, foi revistado. Com ele, os agentes encontraram um revólver calibre 38 com duas munições intactas na cintura — o que configurou, de imediato, o porte ilegal de arma de fogo.

Diante da gravidade da situação, o homem recebeu voz de prisão ainda no local. No entanto, a apreensão da arma foi apenas o começo de uma série de descobertas que aprofundaram a investigação.

Veículo escondia drogas em pequenas quantidades

Durante a busca no interior do veículo, os policiais encontraram três tipos de substâncias ilícitas: cocaína, maconha e crack. Apesar das quantidades relativamente pequenas — 32,6g de cocaína, 58,8g de maconha e 0,7g de crack — o fato de estarem todas juntas, com um suspeito armado, levantou o alerta para possível envolvimento com o tráfico de drogas.

Com base nisso, a guarnição decidiu ir além da abordagem inicial. Informações recebidas pela central de inteligência da PM apontavam o envolvimento do suspeito com o tráfico na cidade. Essas informações se mostraram fundamentais para o desenrolar da operação.

Bar no bairro Bela Vista servia como fachada

Guiados pelas informações levantadas, os policiais se deslocaram até o bairro Bela Vista, onde o suspeito mantinha uma residência e também um bar. O local, que à primeira vista parecia um simples ponto de encontro de moradores da região, escondia atividades ilícitas. No bar, foram encontrados mais entorpecentes, uma balança de precisão — comumente usada para fracionar drogas —, uma máquina de cartão e uma quantia significativa em dinheiro vivo: R$ 591,60.

A estrutura encontrada é compatível com o modus operandi de pontos de venda de drogas, onde o comércio legal serve como fachada para atividades criminosas. A presença da máquina de cartão chama atenção por indicar a sofisticação das transações, que buscavam fugir do padrão tradicional de pagamentos em dinheiro, dificultando o rastreamento por parte das autoridades.

O que foi apreendido na operação

O resultado da operação da Polícia Militar de Maravilha foi expressivo. Ao todo, foram apreendidos:

• 1 revólver calibre 38

• 2 munições calibre 38

• 32,6 gramas de cocaína

• 58,8 gramas de maconha

• 0,7 gramas de crack

• 1 balança de precisão

• 1 máquina de cartão

• R$ 591,60 em dinheiro vivo

A apreensão representa não apenas a retirada de drogas e armas das ruas, mas também o desmantelamento de uma estrutura criminosa que operava de forma discreta e organizada.

Perfil do suspeito e consequências legais

O homem preso tem 43 anos e já possuía passagens pela polícia. Segundo fontes da segurança pública, ele atuava no tráfico local há algum tempo, mantendo discrição e utilizando o bar como ponto de distribuição e coleta. Após a prisão, ele foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Maravilha, onde foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e tráfico de entorpecentes. Permanece detido à disposição da Justiça.

Se condenado, poderá responder por crimes que, somados, podem ultrapassar 15 anos de reclusão. A pena por tráfico de drogas varia de 5 a 15 anos, enquanto o porte ilegal de arma de fogo pode acarretar de 2 a 4 anos, dependendo das circunstâncias.

A importância da repressão qualificada

Casos como o de Maravilha reforçam a importância de um policiamento ostensivo aliado à inteligência investigativa. A simples abordagem de um veículo em atitude suspeita se transformou em uma operação que desmantelou um ponto ativo de distribuição de drogas. A presença de uma balança de precisão e de uma máquina de cartão indica que o esquema era mais estruturado do que aparentava.

A repressão qualificada — ou seja, aquela que combina patrulhamento com investigações e cruzamento de informações — mostra-se eficaz em cidades de pequeno porte, onde os traficantes acreditam estar fora do radar de grandes operações.

Impacto na comunidade local

Moradores dos bairros envolvidos relataram alívio com a ação da polícia. Muitos sabiam da movimentação incomum no bar, mas tinham receio de denunciar. Agora, com a prisão do suspeito, a expectativa é de que o bairro Bela Vista volte a ter mais tranquilidade. A presença de entorpecentes e armas próximas a áreas residenciais é sempre um risco direto à segurança das famílias e da juventude local.

Além disso, a ação da PM reforça o sentimento de confiança na atuação das forças de segurança. Em tempos em que a criminalidade se disfarça em comércios de bairro, é essencial que as autoridades mostrem que estão atentas e preparadas para agir com rapidez e precisão.

A operação que culminou na prisão de um homem de 43 anos em Maravilha não se trata apenas de um caso de porte ilegal de arma de fogo. Ela escancara um modelo de operação criminosa silenciosa, que se infiltra em comunidades com aparência de normalidade. A atuação eficaz da Polícia Militar, unindo patrulhamento preventivo e inteligência operacional, foi crucial para desarticular o esquema de tráfico que se escondia atrás da fachada de um bar.

O caso serve de alerta e exemplo para outras cidades do interior, onde o tráfico de drogas pode estar operando com estruturas aparentemente inofensivas. A vigilância da população, aliada ao trabalho técnico e comprometido das forças de segurança, é o caminho para manter a ordem e a paz social.