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Pesquisa revela aumento do conservadorismo e rejeição à legalização do aborto no Brasil

Novo levantamento aponta que 75% dos brasileiros são contra a legalização do aborto e destaca o crescimento do conservadorismo em temas sociais, especialmente entre os mais escolarizados.

Pesquisa revela aumento do conservadorismo e rejeição à legalização do aborto no Brasil
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A opinião pública brasileira mostra sinais cada vez mais consistentes de guinada conservadora. Um levantamento nacional conduzido pela Ipsos-Ipec, realizado entre os dias 3 e 8 de julho de 2025, revelou que três em cada quatro brasileiros são contrários à legalização do aborto, além de indicativos de maior resistência ao casamento homoafetivo e aumento geral do conservadorismo em questões sociais e de comportamento.

O estudo, que ouviu 2.000 pessoas em todo o território nacional, evidencia uma sociedade mais resistente a mudanças progressistas em temas considerados moralmente sensíveis. O índice geral de conservadorismo, segundo os pesquisadores, vem crescendo de forma significativa nos últimos anos — inclusive entre brasileiros com maior escolaridade e renda.

Com margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%, os dados da pesquisa reforçam um panorama de reação social e cultural às pautas progressistas que marcaram o início da década de 2020.

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Brasileiros reagem contra a legalização do aborto

O dado mais expressivo da pesquisa refere-se à legalização do aborto. 75% dos entrevistados declararam-se contrários à legalização da prática no Brasil. Esse número representa um aumento de 2 pontos percentuais em relação a 2023, quando 73% se mostravam contra.

Do total, apenas 16% afirmaram apoiar a legalização, enquanto 6% se posicionaram de forma neutra e 1% não soube ou preferiu não responder.

Esse crescimento, embora modesto em números absolutos, é altamente simbólico. Ele ocorre em um momento em que o tema volta a ganhar destaque em debates políticos e judiciais, especialmente após decisões internacionais e mobilizações no Congresso Nacional, tanto a favor quanto contra mudanças na legislação brasileira.

Casamento homoafetivo: queda no apoio da população

Outro ponto sensível revelado pela pesquisa é o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O apoio a essa pauta diminuiu de 44% entre 2021 e 2023 para apenas 36% em 2025, uma queda de 8 pontos percentuais em um intervalo relativamente curto.

A rejeição à união homoafetiva tem crescido especialmente entre os entrevistados mais jovens e de cidades do interior, o que surpreendeu os pesquisadores, já que tradicionalmente o apoio vinha aumentando, especialmente entre faixas etárias mais novas.

A queda pode estar associada à reação de parte da sociedade a movimentos considerados por alguns como “imposições culturais”, principalmente nas redes sociais, no sistema educacional e em campanhas publicitárias de grandes marcas.

Índice de conservadorismo revela crescimento contínuo

Um dos elementos mais relevantes do levantamento foi o índice de conservadorismo geral, calculado a partir de uma série de afirmações relacionadas a temas polêmicos, como aborto, casamento homoafetivo, pena de morte, prisão perpétua e redução da maioridade penal.

Segundo os dados, 49% da população apresenta um alto grau de conservadorismo em temas morais e sociais. O índice, que era de 0,681 entre os homens em 2023, subiu para 0,688 em 2025.

Outros segmentos que demonstraram crescimento ou estabilidade nesse padrão foram:

  • Moradores das capitais: de 0,627 para 0,637;

  • Pessoas com renda superior a 5 salários mínimos: manteve-se em 0,655;

  • Portadores de ensino superior completo: de 0,626 para 0,629.

Esses dados sugerem que o conservadorismo não está mais restrito a regiões interioranas ou a populações de menor escolaridade. Pelo contrário: ele vem se consolidando também entre as elites intelectuais e econômicas do país.

Homens lideram avanço conservador

A diferença entre os gêneros é um dos aspectos que mais chamam atenção no relatório final. Os homens apresentaram um avanço mais expressivo no índice conservador, superando em crescimento percentual outros recortes da população.

Especialistas entrevistados pelos institutos sugerem que a influência de lideranças políticas e digitais — que apelam a ideias de masculinidade tradicional, liberdade individual e conservadorismo moral — tem sido decisiva na formação da opinião masculina nos últimos anos.

Esse fenômeno tem sido observado também em outros países, como EUA, Hungria e Polônia, onde houve avanços de políticos conservadores com forte apelo junto ao eleitorado masculino jovem.

Capital x interior: padrões convergentes

A pesquisa desmonta o antigo paradigma de que as grandes cidades são mais liberais que o interior. Os dados apontam uma convergência entre os padrões de comportamento de moradores das capitais e das regiões interioranas.

O aumento do índice de conservadorismo nas capitais, que passou de 0,627 para 0,637, é significativo. Ele sugere que a urbanização não está mais diretamente associada a valores progressistas, como ocorria em décadas anteriores.

Essa mudança pode estar ligada à reação cultural a determinados discursos e práticas que passaram a ser considerados invasivos ou desrespeitosos por setores amplos da população, mesmo nos grandes centros urbanos.

Educação superior e conservadorismo: quebra de paradigma?

Uma das surpresas mais relevantes foi o leve aumento do conservadorismo entre os entrevistados com ensino superior completo, indo de 0,626 para 0,629.

Tradicionalmente, acreditava-se que a educação superior ampliava o horizonte crítico e tendia a formar cidadãos com visões mais progressistas. Contudo, o cenário atual mostra que isso já não é uma regra.

Fatores como insatisfação com o sistema político, críticas à agenda progressista nas universidades e maior acesso a redes alternativas de informação parecem ter modificado o perfil ideológico de parte dos brasileiros formados.

Como a pesquisa foi realizada

A metodologia utilizada pela Ipsos-Ipec envolveu a apresentação de cinco frases sobre temas polêmicos, de forma aleatória, aos 2.000 entrevistados. Cada pessoa deveria manifestar sua concordância ou discordância, permitindo à equipe medir os níveis individuais de conservadorismo.

Essa abordagem permitiu uma análise mais refinada e personalizada do perfil ideológico da população brasileira, comparando resultados com edições anteriores da mesma pesquisa.

A margem de erro foi de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança, de 95%.

Reações de especialistas e lideranças políticas

A divulgação dos dados provocou reações distintas. Movimentos pró-vida e defensores da família tradicional celebraram os resultados como reflexo de uma sociedade que “resiste à degradação moral”.

Já representantes de movimentos feministas e LGBTQIA+ expressaram preocupação com o que chamam de recuo civilizatório.

“A diminuição do apoio ao casamento homoafetivo e o aumento da rejeição ao aborto refletem o avanço de uma agenda de retrocessos que ameaça os direitos humanos básicos”, afirmou Joana Cardoso, ativista do movimento feminista Brasil em Luta.

O Brasil diante de um novo ciclo moral

A pesquisa Ipsos-Ipec de julho de 2025 apresenta um retrato fiel de um Brasil que se mostra mais cauteloso diante de mudanças sociais profundas, e com maior adesão a valores conservadores, especialmente em temas como aborto, sexualidade e punições penais.

Esse novo ciclo moral, impulsionado por fatores como polarização política, crise de representatividade e ascensão de influenciadores conservadores, parece ter ultrapassado barreiras tradicionais como escolaridade e localização geográfica.

A partir dos dados revelados, torna-se evidente que o debate público no Brasil, daqui para frente, será fortemente influenciado por valores tradicionais que retornam ao centro da agenda nacional — desafiando instituições, partidos e movimentos sociais a repensarem suas estratégias e discursos.

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