Desaparecimento e buscas
A Polícia Civil localizou Anderson Rafael Hasse, homem que sequestrou sua própria filha de 8 anos, na noite desta quinta-feira (20), na comunidade da Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro. O caso ganhou repercussão nacional após o desaparecimento da criança, ocorrido em Ilhota, no Vale do Itajaí, Santa Catarina, cerca de 15 dias antes.
Segundo o delegado Bruno Fernando Gaspar, Anderson planejava fugir com a menina havia aproximadamente três meses. A motivação para o crime seria a perda da guarda da criança e uma acusação feita por ele de que o avô materno teria cometido abusos contra a menina.
Operação policial e localização
A Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou pai e filha na região de Laboriaux, dentro da comunidade da Rocinha, após receber denúncias sobre o paradeiro da criança. As buscas contaram com agentes da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente e ao Idoso (DPCAMI) e da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Blumenau.
A criança foi encaminhada ao Conselho Tutelar e passa bem. Já Anderson Hasse foi preso e responderá pelos crimes de sequestro, cárcere privado e desobediência. A Justiça de Santa Catarina decretou sua prisão temporária por 30 dias, após parecer favorável do Ministério Público.
Planejamento da fuga e alienação parental
As investigações apontam que, antes da fuga, Anderson vendeu seu carro, instrumentos musicais e realizou um empréstimo bancário, arrecadando mais de R$ 60 mil. Ao ser deixado por um motorista no Morro do Baú, em Ilhota, ele afirmou que seguiria para Blumenau e, posteriormente, para Piratuba, onde passaria o feriado de Carnaval com amigos. No entanto, colegas do suspeito negaram ter qualquer viagem planejada com ele.
A polícia também apurou que Anderson vinha praticando alienação parental ao longo de meses, manipulando a criança contra a mãe e o avô materno. Essa conduta foi um dos fatores que levaram à perda de sua guarda.
Depoimentos e alegações do suspeito
Em um vídeo obtido pela imprensa, Anderson afirma que não deve nada à polícia e sustenta que sua filha vinha sendo abusada desde os 3 anos. Ele também alega que tentou buscar ajuda do Conselho Tutelar, mas não obteve respaldo.
As autoridades, no entanto, reforçam que a fuga foi premeditada e que as investigações continuam para esclarecer todas as circunstâncias do caso.
O sequestro da menina mobilizou forças de segurança de dois estados e revelou um caso complexo envolvendo disputas judiciais e suspeitas graves. Agora, com a localização da criança e a prisão de Anderson, a Justiça deverá aprofundar as investigações para determinar as responsabilidades e garantir a segurança da menina.
A população é orientada a denunciar casos de desaparecimento infantil e outras violações aos direitos da criança através do Disque 100 ou da Polícia Civil de sua região.
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