Shalom Notícias - Conectando Você Com a Verdade!

MENU

Notícias / Evangelho Shalom

O Milagre de Ruth: Uma Criança, Uma Guerra e a Fé que Venceu o Ódio

Conheça a história de Baby Ruth, que perdeu a família em um ataque extremista na Nigéria. Cinco anos depois, ela se tornou um símbolo de esperança e fé inabalável para uma comunidade perseguida.

O Milagre de Ruth: Uma Criança, Uma Guerra e a Fé que Venceu o Ódio
A-
A+
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

Em meio às estatísticas sombrias de um conflito religioso que assola a Nigéria há anos, há histórias que não podem ser reduzidas a números. Elas são testemunhas vivas, faróis de resiliça que desafiam a lógica do ódio. Esta é a história de Ruth, uma menina que, aos dois meses de vida, teve seu mundo desfeito pela violência de militantes extremistas. Hoje, ao completar cinco anos de idade, seu sorriso não é apenas um milagre da sobrevivência; é um ato de resistência. Conhecida carinhosamente como "Baby Ruth", sua jornada da lama de um rio, onde foi deixada para morrer, para os braços de uma nova família, encapsula a tragédia de milhares de cristãos nigerianos e, ao mesmo tempo, acende uma chama de esperança inabalável. Este artigo narra a sua trajetória, explorando o impacto de sua sobrevivência em uma comunidade que se recusa a abandonar sua fé, mesmo quando a perseguição busca extinguí-la.

(A Noite que Abalou Maiyanga: O Massacre e o Desespero de uma Mãe)
O ano era 2021. Na pequena aldeia de Maiyanga, no estado de Plateau, noroeste de Jos, a vida seguia um ritmo pacato, até que a madrugada do dia 2 de agosto foi rasgada pelo som de tiros e gritos. Militantes Fulani fortemente armados lançaram um ataque coordenado contra a região de Irigwe, deixando um rastro de 65 mortos. Entre as vítimas estava a família de Ruth, uma bebê de apenas dois meses. Sua mãe, Hannatu, em um ato final de desespero maternal, agarrou a filha e fugiu pela escuridão, buscando refúgio. Foi encurralada às margens de um rio caudaloso. As testemunhas e relatos colhidos por organizações de direitos humanos contam que, sabendo que seu fim era inevitável, Hannatu fez um último e comovente apelo: suplicou pela vida de sua filha. Os agressores atenderam, em parte, ao seu pedido. Arrancaram Baby Ruth de seus braços, assassinaram Hannatu ali mesmo e abandonaram a criança, chorando e coberta de lama, à beira do rio. Pouco depois, o pai de Ruth e outros parentes próximos também foram executados. Da família nuclear, somente a avó e a pequena Ruth sobreviveram àquela noite de terror.

(O Resgate e a Nova Família: Onde o Amor Supera a Perda)
Ao amanhecer, com a poeira baixando sobre a devastação, sobreviventes que vasculhavam a área encontraram a bebê. Milagrosamente viva, estava fria e ensopada, mas respirava. Das cinzas da tragédia, nasceu uma nova chance. Ruth foi acolhida por Danjuma John, um construtor local, e sua esposa, Talatu Danjuma, que era irmã de Hannatu. O casal, que já tinha seus próprios filhos, não hesitou em abrir as portas de sua casa e, mais importante, de seus corações. Eles adotaram Ruth formalmente, integrando-a à família como uma filha. "Sabemos da importância das crianças", disse Talatu, com uma serenidade que esconde dores profundas. "É por isso que a adotamos para ficar conosco. Agradecemos a Deus por nos dar condições de cuidar bem delas. Não tem sido fácil, mas acreditamos que Deus continuará nos guiando." Para a família Danjuma, a fé não é um refúgio distante, mas a coluna que os sustenta. Eles próprios são sobreviventes, tendo perdido cinco membros da família em um ataque posterior, em junho de 2024.

Publicidade

Leia Também:

(Crescendo na Adversidade: Os Desafios de uma Infância Marcada pela Guerra)
Criar Ruth em um ambiente de amor não apaga as marcas invisíveis deixadas por um começo de vida tão traumático. Sua casa em Jos oferece um porto seguro, mas a violência é uma sombra constante. A região do Cinturão Médio da Nigéria, que engloba estados como Plateau, Benue e Kaduna, é palco de uma crise humanitária de larga escala, frequentemente caracterizada por analistas internacionais como uma campanha de limpeza étnica e religiosa. Centenas de aldeias cristãs foram atacadas, igrejas destruídas e dezenas de milhares de pessoas, deslocadas. Gata Moses, um defensor comunitário que trabalha diretamente com famílias deslocadas, é enfático: "A história de Ruth, embora comovente, não é um caso isolado. Essa é a realidade de muitas crianças cristãs na Nigéria. A violência é sistemática – é uma forma de genocídio. Ainda assim, o governo permanece em silêncio."

Na Escola Primária ECWA, em Kabong, Jos, Ruth tenta ter uma infância normal. Sua professora, Regina Adu, a descreve como uma criança "calma e gentil". Ela enfrenta algumas dificuldades de aprendizagem, um reflexo comum do trauma severo na primeira infância. "Ela tem um pouco de dificuldade nos estudos, provavelmente por tudo o que passou, mas acredito que vai melhorar. Está aprendendo a escrever com capricho, e estamos trabalhando seu inglês. Ela é uma boa menina com um futuro brilhante", complementa a professora. Fora da escola, Ruth encontra alegria no simples ato de cantar, especialmente hinos na escola dominical que falam do amor de Deus.

(A Fé que Não Clama por Vingança, mas por Perdão)
Talvez o aspecto mais profundo da história de Ruth seja a resposta espiritual de sua família adotiva. Em vez de um discurso de ódio ou revanchismo, Danjuma e Talatu escolheram o caminho, humanamente mais difícil, do perdão. "Isso nos tornou mais fortes", reflete Danjuma. "Isso nos aproximou de Deus. Não oramos por vingança, mas por perdão – para que os agressores encontrem Cristo. Só Deus pode transformar o coração de um homem." Essa postura não nasce de uma negação da dor – as lágrimas de Talatu ao relembrar os entes perdidos são prova viva disso –, mas de uma convicção teológica profundamente enraizada. Eles veem a perseguição como um lembrete de que sua pátria final não é deste mundo, uma perspectiva que molda sua resiliência e capacidade de seguir em frente.

A avó de Ruth, uma sobrevivente do massacre original, visita a neta sempre que pode. Esses encontros são uma ponte entre um passado doloroso e um presente cheio de amor. "Ela me chama de 'mamãe' e me abraça sempre que venho", compartilha a idosa. "Quando a vejo sorrir, sei que Deus ainda tem um propósito para nós." Essas visitas ajudam a manter viva a memória de Hannatu, garantindo que Ruth, mesmo não a lembrando, conheça a história de sua mãe biológica.

Um Símbolo que Clama por Paz e Ação)
Cinco anos depois da tragédia, Ruth carrega não apenas as marcas simbólicas de sua sobrevivência, mas também físicas: sua perna foi afetada pela desnutrição que sofreu nos primeiros meses de vida. No entanto, com o apoio de organizações como a International Christian Concern (ICC), que fornece assistência médica, educacional e alimentar, ela se fortalece a cada dia. Sua história é um microcosmo de uma crise muito maior. Ela é um lembrete vivo da resistência silenciosa de uma comunidade perseguida e um apelo urgente à consciência global.

A oração da família Danjuma é dupla: por paz duradoura em Plateau e por oportunidades para a próxima geração. "Pedimos ajuda com a educação de Ruth", suplica Talatu. "Queremos que ela aprenda e se torne alguém que possa ajudar os outros um dia." A história de Baby Ruth não termina com o ódio que tentou destruí-la, mas com a fé que a sustenta e o amor que a rodeia. Ela é a prova de que, mesmo nas circunstâncias mais tenebrosas, a esperança pode ser a mais poderosa forma de resistência.

Comentários:

Shalom Notícias

Publicado por:

Shalom Notícias

Lorem Ipsum is simply dummy text of the printing and typesetting industry. Lorem Ipsum has been the industry's standard dummy text ever since the 1500s, when an unknown printer took a galley of type and scrambled it to make a type specimen book.

Saiba Mais

Crie sua conta e confira as vantagens do Portal

Você pode ler matérias exclusivas, anunciar classificados e muito mais!