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Daniel Noboa se aproxima de Trump e aposta em política linha-dura apesar de impasse no Congresso equatoriano

Noboa vence eleições no Equador com discurso linha-dura, aproxima-se de Trump e enfrenta Legislativo fragmentado para avançar suas reformas.

Daniel Noboa se aproxima de Trump e aposta em política linha-dura apesar de impasse no Congresso equatoriano
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Daniel Noboa, empresário e herdeiro de um império bananeiro, conquistou a reeleição como presidente do Equador com um discurso firme de combate ao narcotráfico e recuperação econômica. Em meio a uma das campanhas mais polarizadas da história recente do país, o jovem mandatário de 37 anos contrariou as pesquisas e venceu com uma margem de mais de 10 pontos percentuais sobre sua principal adversária, Luisa González.

Enquanto sua oponente — aliada do ex-presidente Rafael Correa — denuncia “uma fraude eleitoral grotesca” e exige recontagem dos votos, Noboa ignora os protestos e mira alto: quer transformar o Equador com uma agenda de segurança pública inspirada no presidente salvadorenho Nayib Bukele e em forte sintonia ideológica com Donald Trump, a quem visitou pessoalmente semanas antes da eleição.

Mas o caminho para implementar seu projeto será tudo menos simples. Noboa enfrentará uma Assembleia Nacional sem maioria, com seu partido ocupando 66 das 155 cadeiras, contra os 67 da coalizão opositora Revolução Cidadã. A batalha política que se anuncia pode ser tão desafiadora quanto a guerra que promete travar contra o crime organizado que assola o país.

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Uma vitória contestada, mas consolidada nas urnas

A eleição presidencial no Equador foi marcada por tensão, incertezas e, sobretudo, desconfiança entre os eleitores. As pesquisas indicavam um empate técnico entre Daniel Noboa e Luisa González, mas o resultado final apontou uma vitória folgada do atual presidente. Com mais de 10 pontos de diferença, Noboa foi reconduzido ao cargo e permanecerá no poder até 2029.

A candidata opositora, no entanto, não reconheceu o resultado. Representante do correísmo — movimento liderado por Rafael Correa —, Luisa denunciou supostas fraudes e irregularidades no processo eleitoral, sem apresentar, até o momento, provas conclusivas que sustentem suas alegações.

Apesar do barulho político, a comunidade internacional reconheceu os resultados do pleito, e Noboa tratou de reafirmar sua autoridade logo após o anúncio oficial, declarando que “não há dúvida sobre quem é o vencedor”. Com a legitimidade das urnas e o apoio de parte significativa da população, o presidente agora mira a consolidação de seu ambicioso projeto de governo.

Plano Fênix: segurança como prioridade absoluta

Inspirado no modelo de combate ao crime implementado por Nayib Bukele em El Salvador, Noboa apresenta o Plano Fênix como a principal estratégia para conter a violência crescente no país. O Equador se tornou, nos últimos anos, um dos países mais violentos da América Latina, com registros alarmantes de homicídios e o fortalecimento de grupos ligados ao narcotráfico.

Entre as principais medidas do Plano Fênix estão:

  • A militarização de áreas urbanas e rurais;

  • A construção de prisões de segurança máxima;

  • A ampliação dos poderes do Executivo por meio de decretos;

  • O uso das Forças Armadas para intervir diretamente em unidades prisionais.

Durante seu primeiro mandato, de apenas 16 meses, essas ações mostraram efeitos limitados. Ainda assim, Noboa dobrou a aposta. Na véspera do segundo turno, decretou estado de emergência e toque de recolher em sete das 24 províncias equatorianas, incluindo Quito, e nas principais penitenciárias.

Analistas locais veem essas medidas como uma tentativa de manter a ordem e demonstrar força diante da criminalidade, mas também como um risco à estabilidade democrática, especialmente em um contexto de polarização política e protestos da oposição.

Um Congresso fragmentado e sem maioria

Apesar da vitória nas urnas, Daniel Noboa terá dificuldades para implementar sua agenda legislativa. A composição da Assembleia Nacional resultou em um Congresso dividido, sem maioria clara para nenhum dos blocos.

Seu partido, Ação Democrática Nacional (ADN), conquistou 66 cadeiras, enquanto a oposição da Revolução Cidadã, ligada ao ex-presidente Correa, obteve 67. As demais cadeiras estão pulverizadas entre partidos independentes ou de centro, o que torna as votações imprevisíveis e sujeitas a intensas negociações.

Sem uma base sólida, Noboa poderá encontrar resistência para aprovar reformas constitucionais, legislações de segurança, projetos econômicos e medidas excepcionais como a reinstalação de bases militares estrangeiras, tema que ele já começou a debater publicamente.

A tensão no Legislativo deve exigir do presidente habilidade política e disposição para dialogar com adversários. Caso contrário, o risco de paralisia institucional e crises sucessivas pode comprometer a governabilidade.

Alinhamento com Trump e a guinada à direita

Um dos movimentos mais significativos de Daniel Noboa no cenário internacional foi sua aproximação explícita com Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos e pré-candidato à presidência americana em 2024. Portador de dupla cidadania (equatoriana e americana), Noboa não apenas compareceu à posse de Trump, como se reuniu com ele duas semanas antes do segundo turno.

Durante o encontro, o presidente equatoriano elogiou a política tarifária protecionista do republicano e defendeu que o Equador pode se beneficiar da taxação de 10% sobre importações implementada por Trump. Noboa também manifestou simpatia pela política externa conservadora do ex-presidente americano, destacando valores como soberania, segurança nacional e disciplina econômica.

Essa postura representa uma clara guinada à direita na política externa equatoriana, que historicamente oscilou entre o pragmatismo comercial e o alinhamento com lideranças progressistas da América Latina. Ao se distanciar de figuras como Lula (Brasil) e Petro (Colômbia), Noboa tenta consolidar uma identidade própria, conectada com a nova direita latino-americana e global.

Bases militares e o debate sobre soberania

Em declarações recentes, Noboa afirmou que não descarta o retorno de bases militares estrangeiras ao território equatoriano, proibidas pela Constituição desde 2009, quando o governo de Rafael Correa encerrou a presença dos Estados Unidos na Base de Manta.

Segundo Noboa, a presença militar externa poderia reforçar o combate ao narcotráfico e ao crime organizado, especialmente nas regiões costeiras, utilizadas por cartéis para escoar drogas com destino à América do Norte e Europa.

A proposta, no entanto, enfrenta forte resistência jurídica e política. A Constituição do Equador veda a instalação de bases estrangeiras e prevê a defesa da soberania nacional como princípio fundamental. A eventual mudança nesse dispositivo exigiria apoio de dois terços do Congresso ou a convocação de uma consulta popular.

O tema deverá gerar intensos debates e mobilizações sociais, com potenciais impactos na imagem internacional do país e em sua relação com organismos multilaterais e parceiros comerciais.

Economia dolarizada e os desafios de 2025

Outro grande desafio do governo Noboa será a recuperação da economia equatoriana, que enfrenta baixos índices de crescimento, elevado desemprego e dependência externa. O país opera com o dólar americano como moeda oficial desde o ano 2000, o que oferece certa estabilidade monetária, mas limita a capacidade do governo em adotar políticas fiscais e cambiais autônomas.

Com a inflação controlada, mas com a economia estagnada, Noboa aposta em reformas estruturais, incentivos à produção agrícola e acordos comerciais bilaterais. Ele também tem buscado atrair investidores internacionais, especialmente dos setores de infraestrutura e energia.

No entanto, sem apoio legislativo robusto, medidas impopulares como cortes de subsídios, reforma previdenciária ou mudanças tributárias devem enfrentar barreiras políticas e resistência da população.

Comparações com Bukele: solução ou risco?

A comparação entre Daniel Noboa e Nayib Bukele, presidente de El Salvador, tem sido recorrente na imprensa internacional. Ambos são jovens, utilizam fortemente as redes sociais, adotam discurso de tolerância zero com o crime e não hesitam em desafiar normas tradicionais de governança.

Bukele é frequentemente citado como exemplo de “autoritarismo eficiente”, após conseguir reduzir drasticamente os índices de homicídio em El Salvador. No entanto, sua estratégia inclui o enfraquecimento de instituições democráticas, perseguição a opositores e concentração de poder no Executivo.

Noboa parece trilhar caminho semelhante, ao decretar estados de emergência, expandir o uso das Forças Armadas e propor alterações constitucionais polêmicas. A questão que se coloca é: **o Equador está preparado para um modelo autoritário de combate ao crime?

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