A cidade de Tijucas, localizada na Grande Florianópolis, se viu diante de uma situação inesperada e preocupante: a superlotação do seu principal cemitério. Com apenas uma única vaga restante para sepultamento, a prefeitura decretou emergência no dia 26 de fevereiro. O colapso do Cemitério Municipal do bairro Praça levanta questões sobre a infraestrutura funerária da região e as consequências dessa crise para a população local.
Crescimento populacional e impacto na infraestrutura funerária
Nos últimos dois anos, a população de Tijucas aumentou consideravelmente, passando de 51.592 habitantes em 2022 para 56.674 em 2024, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse crescimento acelerado trouxe desafios para a infraestrutura municipal, especialmente no setor funerário, que não acompanhou a demanda crescente.
A falta de espaço nos cemitérios urbanos é um problema recorrente em muitas cidades brasileiras, e Tijucas agora enfrenta esse dilema de forma emergencial. A prefeitura destacou a necessidade de reorganização dos espaços funerários, exumações e até mesmo a possibilidade de cremação para mitigar o problema.
Consequências da superlotação do cemitério
O colapso do cemitério não é apenas uma questão estrutural, mas também de saúde pública e dignidade para as famílias enlutadas. A superlotação pode gerar impactos sanitários, dificultar os processos de sepultamento e afetar emocionalmente aqueles que precisam enterrar seus entes queridos em meio a essa crise.
A prefeitura de Tijucas alerta que a situação exige soluções imediatas e estruturais. O decreto de emergência, válido por 180 dias, permite a adoção de medidas urgentes para reorganizar o cemitério e encontrar alternativas para novos sepultamentos.
Medidas emergenciais adotadas pela prefeitura
Diante do colapso, a administração municipal anunciou um conjunto de medidas para aliviar a crise. Entre elas, estão:
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Recadastramento dos sepultados e dos responsáveis pelos jazigos: A iniciativa visa atualizar informações sobre as sepulturas e identificar espaços que podem ser reutilizados.
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Notificação das famílias para exumações: Com base na legislação vigente, restos mortais que já ultrapassaram o período mínimo de permanência poderão ser removidos.
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Gerenciamento logístico e operacional: A prefeitura pretende melhorar a administração do cemitério, garantindo mais organização e transparência.
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Digitalização dos registros funerários: Um sistema informatizado permitirá consulta pública e otimizará o controle das sepulturas.
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Atendimento humanizado: As famílias serão assistidas com respeito e sensibilidade, garantindo um processo menos traumático.
Alternativas para solução definitiva
A prefeitura também estuda soluções estruturais a longo prazo para evitar que o problema se repita. Entre as alternativas analisadas, estão:
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Ampliação do cemitério: A aquisição de terrenos adjacentes é uma possibilidade para criar novas vagas.
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Construção de um novo cemitério: Caso haja viabilidade, um novo espaço pode ser desenvolvido para atender à demanda crescente.
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Parcerias público-privadas: Empresas do setor funerário podem auxiliar na gestão e expansão da infraestrutura.
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Incentivo à cremação: Alternativa menos tradicional, mas que pode aliviar a demanda por sepulturas convencionais.
A crise funerária em Tijucas expõe a necessidade de planejamento urbano e gestão eficiente para acompanhar o crescimento populacional. O colapso do cemitério municipal é um reflexo da falta de infraestrutura adequada para atender às demandas da cidade.
Com o decreto de emergência, a prefeitura busca soluções rápidas para amenizar o problema e planejar a longo prazo, garantindo dignidade para os falecidos e suas famílias. O episódio também serve de alerta para outras cidades que enfrentam desafios semelhantes e precisam se preparar para o futuro da gestão funerária.
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